Escrevendo com luz na terra do compromisso

Escrever com a luz não é arte para quem pula de galho em galho;
Não é coisa para quem vive a vida como um carta fora do baralho.
Pintar com luz é viver na longa corda bamba embalada pelo obturador;
Onde as lâminas do diafragma se fecham a cada clique do disparador.
Na velocidade do filme reside a confiança de toda aquela medição;
Que pode mudar, no olhar, de quem tem a camera na mão.
Livre, leve e solto aqui, nem pensar, tem que focar e disparar;
Viver no comprisso da latitude, que é pequena para tudo registrar.
É tanto compromisso, que quase precisa de agenda e secretária;
Pra lembrar de o horizonte, ainda enquadrar na regra áurea.
Saturação fica para outra hora, porque hoje a secretária tá de folga;
Mas ainda penso um dia poder fotografar com uma Holga.
Sem esquecer de pensar na profundidade do tal campo imaginário;
Bem descrito no retrato, com a telefoto, daquele salafrário.

Boas fotos!